terça-feira, 23 de março de 2010

Um pouco de sonhos, de brilhos, de contos e algo mais...

Pra não dizer que ando tão radical... vou ao encontro da minha alma, buscando dentro de mim o ritmo dos seresteiros... Eu posso não ser exemplo de sentimentalismo, mas já chorei por alguém que foi e não mais voltou, me sinto capaz de contar uma fábola, triste e alegre, dura e doce, chata e divertida...

Vou contar uma história pra você...

Era uma vez ( sem era uma vez, não é clássico ) uma menininha... mas uma menininha diferente de todas essas que você já ouviu falar. Com uma voz doce como o mel, de perfume de brisa e olhar de lua cheia... Que queria ser princesa, bruxa, enfermeira do vôzinho, dançarina, e tudo mais que a vida pudesse inventar.

Ela gostava de ficar  sentada na área sozinha só pra ver se alguém iria sentir sua falta... lhe agradava brincar de gente grande com direito a salto e maquiagem, gostava de recitar poesias embora soubesse uma única de cor... chorava quando lhe diziam que iriam passar " uma mão" de esmalte, pois não entendia que era uma camada... mas ninguém lhe explicava... e falando em explicar ... entre tudo que lhe fazia feliz, ouvir uma historinha [ ou duas, ou três ... ] era sua verdadeira paixão!

E o tempo passou... as coisas mudaram... a familia mudou, o corpo mudou, a mentalidade  nem se fala! a voz de mel agora era uma voz imponente e sem medos... o olhar continuou o mesmo ganhou alguns contornos pretos e uma ânsia de conquistar o mundo e voar pra longe...

A paixão pelas flores continuou cada vez maior, os perfumes que roubava da mãe agora eram dela, e tinha uma penteadeira igual da irmã mais velha, só que com coisas a mais... o salto era mais alto, assim como os desejos! Sem medo do chão ou do céu... do inferno ao paraíso!

E eu me pergunto como a gente não vê passar o tempo, mas as outras pessoas vêem?!

Claro... a menininha virou mulher... já sabia mandar no seu nariz e em todo o resto... mas uma mulher diferente... que não tem medo de se expor... não tem medo de uma crítica ou de uma contra-ideologia... uma mulher delicada e ao mesmo tempo forte... enérgica e flexível, um misto de diaba e de santa, com ares de quem é dona...

Mas se tem uma coisa que não se perdeu no tempo... foi a sua paixão por ouvir histórias... seja dos tempos de menininha, seja agora como mulher... História que me faz viajar, que me retrocede no tempo, que me joga pra cima e pega de novo...
Sabe de uma coisa? ela sente saudade de deitar no banco do carro e ouvir aquelas histórias erradas, porque ela se lembra sim!


Post dedicado a um grande amigo que o vento trouxe de volta, amigo que viu a menininha e viu a mulher e pode concordar e discordar de tudo que aqui foi dito...

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